Pelo menos 10 pessoas morreram e outras 20 ficaram feridas, sendo três em estado grave, na manhã desta quinta-feira (7) na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros. De acordo com a Polícia Militar, um homem, identificado como Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, teria invadido a instituição de ensino por volta das 8h e disparado contra alunos e funcionários.
Segundo os bombeiros, entre os mortos estão nove crianças e o autor dos disparos. As vítimas estão sendo encaminhadas para o Hospital Estadual Albert Schweitzer, também localizado em Realengo.
A direção da escola informou que o homem - que seria um ex-aluno - se passou por um palestrante para entrar na instituição de ensino. Com o barulho dos tiros, houve muita gritaria e os professores trancaram as portas das salas para proteger os alunos. Na fuga, o atirador teria se deparado com policiais militares que participavam de uma blitz na região com o apoio do Detro para apreender vans piratas, dando início a uma troca de tiros. "Ao ouvir disparos, a PM se dirigiu ao local. A tragédia poderia ter sido pior", avaliou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, 400 alunos do Ensino Fundamental com idades entre 9 e 14 anos estudam na escola municipal no turno da manhã. Por conta do ocorrido, a movimentação é intensa em frente à instituição de ensino, onde há uma grande concentração de pais de alunos. A rua onde fica localizada a escola está interditada e policiais militares do 14º BPM (Bangu) tentam controlar a situação no local. Ainda não há informações sobre o que teria motivado o crime.
O subprefeito da zona oeste, Edmar Teixeira, informou que Wellington deixou uma carta antes de praticar o crime. No documento, que foi entregue à Divisão de Homicídios da Polícia Civil, o homem relatou que era portador do vírus HIV. "Na carta, ele dava indícios de que era uma pessoa desequilibrada. Em alguns trechos, escreveu que não tinha mais vontade de viver e citou os nomes de alguns professores e alunos", contou o subprefeito.
O carteiro Ercílio Antunes, de 44 anos, mora em frente à escola e estava indo para o trabalho quando o tiroteio teve início. "Ouvi muitos gritos e disparos. Logo depois, surgiram crianças correndo e entraram na minha casa, que estava com a porta aberta. Elas estavam chorando, amedrontadas e sujas de sangue. Pensei em ir ao colégio, mas ao ouvir mais disparos, eu voltei. Poderia ter sido outra vítima", relatou.