Um dos estilistas de maior destaque em passarelas internacionais, Pedro Lourenço tem apenas 21 anos e uma visão madura sobre suas diretrizes criativas, o que o faz detentor de um estilo próprio reconhecido pela crítica especializada. Em entrevista à revista Marie Claire,Pedro comenta sobre o seu ponto de vista aspectos da moda brasileira e conta novidades sobre o futuro de sua marca e a associação com a rede de fast-fashion Riachuelo. Veja abaixo.
Sobre a “pegada” comercial do seu terceiro desfile na Paris Fashion Week
“A proposta dos dois primeiros desfiles era reforçar a imagem e o conceito da marca Pedro Lourenço de uma maneira quase obsessiva. Acredito que a palavra comercial não se aplica a um desfile de moda hoje em dia. Mas a palavra usabilidade sim. Nessa coleção quis mostrar pontos de vista da marca de uma maneira mais “easy”, ainda que com a mesma força em termos de imagem.”
Sobre os regionalismos na moda e os novos talentos brasileiros
“Acredito que a moda hoje seja global. Existem referências que estão inconscientes na expressão de um estilista e elas vêm da vivência pessoal, da cultura nativa. Essas referências podem estar presentes na criação, mas não vejo a necessidade de que isso ocorra sempre.[...] Acho o Lucas Nascimento muito talentoso e com grande potencial de conquistar seu lugar na moda mundial. Além da excelente técnica que ele tem ao trabalhar com tricô, uma matéria-prima nada fácil, a gente percebe que ele tem um certo nível cultural e referencial. Há pesquisa por trás do trabalho dele, um exercício de pensamento.”
Sobre a linha fast-fashion em parceria com a Riachuelo:
“Essas redes já trabalham sob estruturas e processos eficientes e carregam um know-how indiscutível. O que elas querem, na minha opinião, é aliar design aos seus produtos. Já do meu ponto de vista, de estilista, o interesse é ver mais gente bem vestida. Mas do que tendências das araras, é bom ver o consumidor com a vontade de um estilista, interessado num nome, num ponto de vista forte, com estilo e opinião bem definidos.”